sábado, 22 de maio de 2010

Montanhas e livros


Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores de livros do mundo, o índice de leitura do brasileiro é muito baixo - 1,3 livros por pessoa ao ano. O que mostra que não adianta somente facilitar a produção, mas também incentivar o acesso ao mundo literário. Visando atrair pessoas de idades e classes sociais diferentes para esse mundo que a Câmara Mineira do Livro, em parceria com a Fagga Eventos, realizou a II Bienal do Livro de Minas.

O evento acontece entre os dias 14 e 23 de maio, no Expominas, em Belo Horizonte e atraiu, até então, um público de mais de 90 mil pessoas. Além dos livros, quem já visitou o local também teve a oportunidade de conhecer e dialogar com diversos escritores brasileiros, como Ruy Castro, Humberto Werneck, Luis Ruffato, Rubem Alves, entre outros. O Café Literário foi o espaço para esse diálogo. Lá escritores compartilharam como é processo produtivo, suas carreiras e causos da vida cotidiana.

Experiências
Ruy Castro e Paulo Markun foram os personagens de uma das sessões do Café Literário, com o tema As aventuras do biógrafo. O salão climatizado e intimista que abrigou o espaço tinha uma estética agradável – aliás, era digno de novela, com garçons servindo vinhos, cafés e água mineral, a 3 reais a garrafa (de 500 ml) . O que aliviou os 35 minutos de espera devido ao atraso do vôo de um dos convidados.




Luiz Eduardo Gonçalves coordenou o debate que teve a


participação de Ruy Castro e Paulo Markun



A demora pôde, porém, ser desconsiderada com o inicio do debate, uma aula para jornalistas e historiadores sobre o fazer biográfico. Por meio de relatos pessoais a partir de experiências na área, Markun e Castro expuseram limites, deveres e metas que o biografo tem. Para Castro, a formação perfeita desse profissional deve aliar o jornalista, o historiador e o letrista. “Deve haver, sem dúvida, um compromisso com a informação. O que, de forma alguma, impede a produção de uma escrita atrativa. O autor deve desenvolver uma estrutura que mantenha o interesse do leitor”.

Mundo mágico
As crianças também tiveram lugar especial na programação da Bienal. Algodão doce, pipoca, amendoim, palhaços, brincadeiras e livros, muitos livros. Eram histórias em quadrinho, contos de fada, estórias infantis e contadores preparados para entreter a garotada a qualquer hora. A diversidade era tão grande que Vitória Gabriela de Amorim, de oito anos, não sabia qual livro levava para casa com o dinheiro que havia arrecadado. Ao sair do estande de uma das livrarias em exposição ela orgulhosamente exibia, como um tesouro, os três livros infantis que ela mesma selecionou e comprou, a um real cada. “Eu posso comprar o que eu quiser com meu dinheiro e escolhi gastar com livros porque leitura é uma coisa importante, assim a gente fica conhecendo muitas coisas”.




Vitória convidou a tia para conhecer a Bienal




Para os pais que querem introduzir seus filhos no mundo da leitura, o evento ajudou a aproximar a relação das crianças com as letras. Lucas, de apenas seis anos, ainda não está completamente alfabetizado, mas não desgrudava do livro que ganhou. De acordo com Guilherme Mol Rolim, pai de Lucas e Carolina, de nove anos, a família tem parte na introdução literária dos filhos. “Sempre que é possível a gente lê livros à noite para eles, sejam estórias infantis, histórias em quadrinhos ou estórias maiores. A gente sempre tem essa preocupação, porque enxergamos que leitura é uma coisa importante na vida dessas crianças”. Além disso, Guilherme acredita que a diversidade de obras e editoras e os preços baixos conquistaram ainda mais os visitantes que procuravam por bons livros.

2 comentários:

  1. belo post, com bela pauta.
    Diferente dos demais, original e informativo.
    Gostei bastante.
    Um abraço,

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  2. Gabi como sempre mandando muito bem... Que saudade que me deu agora da bienal!

    Henrique Oliveira
    @velhoconceito

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