terça-feira, 2 de março de 2010

O DeviantArt e os novos paradigmas da Web

Quando foi inventada era difícil imaginar que a Internet fosse ser algo a mais do que uma simples forma de se comunicar. Na década de 90 sua principal característica era a rápida troca de mensagens. Já no advento do novo milênio o ciberespaço se vê dominado pelas redes sociais e a comunicação no geral ganha um novo foco: o usuário.
A curiosa Web 2.0 é a base do site DeviantArt, uma comunidade artística internacional online cujo foco é a livre manifestação artística de seus usuários. O projeto experimental “As estratégias de exposição artística no meio virtual: Uma análise do site DeviantArt”, do qual sou uma das autoras, usa tal site como objeto para debater a posição da arte nessa nova maneira de se utilizar a rede. Novamente me aproveito dele para exemplificar algumas das modificações que a Web sofreu.

Mudança de foco

Seguindo essa temática, é possível ilustrar e visualizar a transição da web 1.0 para a 2.0 através do próprio exemplo da história da arte. A princípio, poucas obras eram consideradas artísticas e poucas pessoas eram consideradas artistas. Esses paradigmas foram sendo quebrados um a um a cada nascimento de uma nova era em tal universo. Assim foi com o Expressionismo, o Dadaísmo, a POP Art, etc. Cada um deles rompeu barreiras impostas anteriormente até chegarmos em Duchamp, onde um urinol pode ser chamado de fonte e ir parar dentro de um museu ou galeria, para ser admirado e, eventualmente, reformulado. O que se percebe com isso é que as restrições foram sendo quebradas e mais gente passou a “ditar” o que era o que no mundo da arte.

Mais gente

É na chamada primeira geração da Internet, ou Web 1.0, que as pessoas comuns ganham algum tipo de acesso à rede. No êxtase da novidade, o mundo parecia gigantesco e as oportunidades, infinitas. Com isso, apesar de oneroso, o uso da internet se tornou comum em empresas e na classe média alta. Nesse momento somente se navegava e usuários comuns não tinham a possibilidade de alterar ou produzir nada. Para alguns autores, por mais proveitosa que a Internet fosse nesse período, ela ainda não correspondia à sua “filosofia”, caracterizada pela proposta de ser aberta a todos.
Eis que surge então uma nova maneira de se pensar a Internet, onde o público comum pode, de fato, participar da produção de informação e interagir com esse novo habitat do homem moderno.
Esse próprio artigo acaba se tornando metalinguagem ao se utilizar de um produto interativo, como é o blog, para tentar explicar o que é a web 2.0. Eu, como usuária da net, também sou capaz de produzir conhecimento e informação, saindo da posição de mera espectadora para me tornar também produtora cultural ou agente social.
O DeviantArt, desde 2000, se utiliza dessa proposta interativa e permite que qualquer pessoa que se cadastre no domínio possa divulgar aquilo que ele acreditar ser arte. São mais de doze milhões de usuários e mais de cem milhões de trabalhos postados. Assim como o conceito de web 2.0, o principal foco do site está na participação e não mais na produção linear e unilateral de conhecimento.

E agora?

No filme Controle Absoluto, o mega computador ARIIA controla toda a rede e navega atrás de informações sobre a vida das pessoas. Ele sabe quais são seus itens mais pesquisados, os sites que você freqüenta, seu gosto musical, traçando assim um perfil de cada usuário. Resultado: ele consegue controlar e acabar com a vida de inúmeras pessoas para cumprir um plano de dar um golpe de estado nos EUA. Tirando fora toda a conspiração, a idéia que os especialistas têm para a nova geração da Internet, a Web 3.0, é essa, que a rede seja quase um assistente pessoal, guardando todo tipo de informação que tenha a ver com quem a navega.

Nas nuvens

Como se pensar em uma terceira geração não fosse o suficiente, os especialistas na WWW já falam em uma quarta geração, a Web 4.0, também conhecida como Cloud Computing. A expectativa é de que entre as décadas de 20 e 30 usuários já estejam utilizando dessa navegação nas nuvens. O conceito essencial é de computadores sem discos rígidos, conectados a um computador central que hospedaria todo tipo de programa e arquivos. Daí vem o nome Cloud Computing, sendo a nuvem todo esse conjunto de informação armazenado no ciberespaço.

Um comentário:

  1. Uau!!
    Excelente post. Blog muito bacana também. Seu texto é maduro e a pesquisa feita está muito bem fundamentada em boas fontes. Os links oferecidos ao longo do texto promovem uma leitura verticalizada, desafio cumprido para quem pretende ser jornalista no presente.

    Parabéns!!!
    Abraço,

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